Uma ampliação do setting face à exclusão
contribuições de Winnicott para o cuidado clínico em equipe
Resumo
O artigo inicia abordando algumas experiências de Winnicott em situações que conjugavam sofrimento psíquico e questões sociais, destacando sua proposição de consultas terapêuticas em um “setting ampliado” pela colaboração de outros profissionais e serviços. Na sequência, discute-se o caso de Hesta, enfatizando a atuação conjunta de Winnicott com profissionais do território da paciente. A partir destes elementos, abordam-se aspectos do pensamento winnicottiano sobre o cuidado multiprofissional e sobre a psicodinâmica do trabalho em equipe. Por fim, analisa-se um caso acompanhado na Atenção Básica (SUS), apresentando contribuições sobre o cuidado clínico em equipe ante a exclusão social e subjetiva.
Referências
ALEXANDER, S. Primary Maternal Preoccupation: D. W. Winnicott and Social Democracy in Mid-Twentieth-Century Britain. In: TAYLOR, B; ALEXANDER, S. (Ed.). History and Psyche: culture, psychoanalysis, and the past. New York: Palgrave Macmillan US, 2012. p. 149-172.
BRITTON, C. Casework Techniques in Child Care Services. Social Casework, New York, v. 36, n. 1, p. 3-13, jan, 1955. Disponível em: <https://doi.org/10.1177/104438945503600101>. Acesso em: 10 abr. 2020.
BROIDE, J; BROIDE, E. E. A psicanálise em situações sociais críticas: metodologia clínica e intervenções. 2. ed. São Paulo: Escuta, 2016.
CHIAVERINI, D. H. et al. Guia prático de matriciamento em saúde mental. Brasília, DF: Ministério da Saúde / Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_matriciamento_saudemental.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2020.
DEBIEUX, M. Uma escuta psicanalítica das vidas secas. Revista Textura, São Paulo, v. 2, n. 2, p. 42-47, 2002.
DETHIVILLE, L. La clinique de Winnicott. Paris: Campagne-Première, 2013.
FREUD, S. (1919[1918]). Linhas de progresso na terapia psicanalítica. Rio de Janeiro: Imago, 1996. p. 173–181. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 17).
ISAACS-ELMHIRST, S. Foreword. In: KAHR, B. (Ed.). D. W. Winnicott: a bibliographical portrait. Londres: Karnac, 1996. p. XV–XXII.
KANTER, J. “Let’s never ask him what to do”: Clare Britton’s transformative impact on Donald Winnicott. American Imago, v. 61, n. 4, p. 457–481, 2004a. Disponível em: <https://www.jstor.org/stable/26305006>. Acesso em: 12 abr. 2020.
______. Clare Winnicott: her life and legacy. In: ______. (Ed.). Face to face with children: the life and work of Clare Winnicott. Londres: Karnac, 2004b. p. 1-95.
ONOCKO-CAMPOS, R. Clínica: a palavra negada – sobre as práticas clínicas nos serviços substitutivos de saúde mental. In: ______. Psicanálise e Saúde Coletiva: interfaces. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2014. p. 97-116.
PHILLIPS, A. Winnicott. Cambridge, Massachussets: Harvard University Press, 1988.
JUNQUEIRA, L. P. A gestão intersetorial das políticas sociais e o terceiro setor. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 25-36, 2004. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0104-12902004000100004>. Acesso em: 20 jun. 2020.
RODMAN, F. R. Winnicott: life and work. Cambridge, Massachussets: Da Capo, 2003.
SAWAIA, B. Exclusão ou inclusão perversa? In: ______. (Org). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2001. p. 7-13.
TIMMS, N.; TIMMS, R. Agency. In: ______. Dictionary of Social Welfare. Londres: Routledge, 1982a. p. 10.
______. Case conference.In: ______. Dictionary of Social Welfare. Londres:Routledge, 1982b. p. 25-26
______. Casework. In: ______. Dictionary of Social Welfare. Londres:Routledge, 1982c. p. 27-28.
WANDERLEY, M. B. Refletindo sobre a noção de exclusão. In: SAWAIA, B. (Org). As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2001. p. 16-26.
WINNICOTT, C. Interview, June 1983. In: RUDNYTSKY, P. L. (Ed.). The psychoanalytic vocation: Rank, Winnicott and the legacy of Freud. New Haven/Londres: Yale University, 1991. p. 180-194.
______. Letter to the editor. International Journal of Psycho-Analysis, Londres, v. 53, p. 559-560, 1972. Disponível em: <http://www.pep-web.org/document.php?id=ijp.053.0559b>. Acesso em: 10 abr. 2020.
WINNICOTT, D. W. (1945). Para um estudo objetivo da natureza humana. In: SHEPERD, R.; JOHNS, J.; ROBINSON, H. T. (Ed.). Pensando sobre crianças. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. p. 31–37.
______. (1949). Terapia física do transtorno mental: leucotomia – II. Leucotomia. In: WINNICOTT, C.; SHEPHERD, R.; DAVIS, M. (Ed.). Explorações psicanalíticas. Porto Alegre: Artmed, 1994. p. 413-416.
______. (1955). Clínica particular. In: WINNICOTT, C.; SHEPHERD, R.; DAVIS, M. (Ed.). Explorações psicanalíticas. Porto Alegre: Artmed, 1994. p. 223-229.
______. (1957). Aconselhando os pais. In: ______. A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes, 2013. p. 165176.
______. (1958). A família afetada pela patologia depressiva de um ou ambos os pais. In: ______. A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes, 2013. p. 73-88.
______. (1959). Atendimento de caso com crianças mentalmente perturbadas. In: ______. A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes, 2013. p. 177–193.
______. (1961). Tipos de psicoterapia. In: ______. Tudo começa em casa. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 93-104.
______. (1964). Transtorno [disorder] Psicossomático. I. A enfermidade psicossomática em seus aspectos positivos e negativos. In: WINNICOTT, C.; SHEPHERD, R.; DAVIS, M. (Ed.). Explorações psicanalíticas. Porto Alegre: Artmed, 1994. p. 82-90.
______. (1965) O valor da consulta terapêutica. In: WINNICOTT, C.; DAVIS, M.; SHEPHERD, R. (Ed.). Explorações psicanalíticas. Porto Alegre: Artmed, 1994. p. 244-248.
______. (1965). The family and individual development. Londres/New York: Routledge, 1995.
______. (1968). O jogo do rabisco (Squiggle Game). In: WINNICOTT, C.; DAVIS, M.; SHEPHERD, R. (Eds.). Explorações psicanalíticas. Porto Alegre: Artmed, 1994. p. 230–243.
______. (1969). Para M. B. Conran. In: RODMAN, F. R. (Ed.). O gesto espontâneo. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p. 224-229.
______. (1970). A cura. In: ______. Tudo começa em casa. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 105-114.
______. (1971). Consultas terapêuticas em psiquiatria infantil. Rio de Janeiro: Imago, 1984.
______. (1971). Therapeutic consultations in child psychiatry. Londres/New York: Routledge, 2018.
______. (1986). Home is where we start from: essays by a psychoanalyst. Londres/ New York: W. W. Norton & Company, 1990.
______. (1989). Psycho-analytic explorations. Londres/New York: Routledge, 2018.
Copyright (c) 2020 Cadernos de Psicanálise | CPRJ
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.