Sobre o machismo nas primeiras teorias da etiologia das neuroses
Resumo
O artigo compara a forma como Sigmund Freud, Otto Gross e Sabina Spielrein se referem às mulheres e aos homens, ao feminino e ao masculino e ao binômio sadismo e masoquismo. O objetivo é localizar determinações machistas e patriarcais, condicionadas historicamente nas primeiras teorias sobre a etiologia das neuroses, e sua sobrevivência em utilizações e atualizações mais recentes. A releitura de psicanalistas contemporâneos a Freud que foram silenciados e esquecidos – mas que recentemente retornaram do recalque histórico dentro da “história oficial da psicanálise” – nos permite considerar de que forma a lógica patriarcal influenciou a vida e as teorias dos primeiros psicanalistas.
Referências
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020.
CHECCHIA, M.; SOUZA JR., P. S.; LIMA, R. (Orgs.). Otto Gross: por uma psicanálise revolucionária. Tradução de Paulo Sérgio de Souza Jr. São Paulo: Anablume, 2017.
CROMBERG, R. (Org.). Sabina Spielrein: uma pioneira da psicanálise. Tradução de Renata Dias Mundt. São Paulo: Livros da Matriz. 2014. (Obras completas, 1).
DIDI-HUBERMAN, G. Invenção da histeria: Charcot e a iconografia fotográfica de Salpêtrière. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015.
JARRY, A. (1902). O supermacho: romance moderno. Tradução de Paulo Leminski. São Paulo: Ubu Editora, 2016.
FREUD, S. (1920). Além do princípio do prazer. História de uma neurose infantil (“o homem dos lobos”), além do princípio do prazer e outros textos 1917-1920. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. (Obras completas, 14).
______. (1930). O mal-estar na civilização. O mal-estar na civilização, novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. (Obras completas, 18).
______. (1933). A feminilidade. O mal-estar na civilização, novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. (Obras completas, 18).
______. (1915). Luto e melancolia. Introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. (Obras completas, 12).
______. (1923). O eu e o id. O eu e o id, autobiografia e outros textos. Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. (Obras completas, 16).
GROSS, O. (1914). Sobre a simbologia da destruição. In: CHECCHIA, M.; SOUZA JR., P. S.; LIMA, R. (Orgs.). Otto Gross: por uma psicanálise revolucionária. Tradução de Paulo Sérgio de Souza Jr. São Paulo: Anablume, 2017.
______. (1920). Três ensaios sobre o conflito interno. In: CHECCHIA, M.; SOUZA JR., P. S.; LIMA, R. (Orgs.). Otto Gross: por uma psicanálise revolucionária. Tradução de Paulo Sérgio de Souza Jr. São Paulo: Anablume, 2017.
SALES, L. S. Fantasia e teorias da sedução em Freud e em Laplanche. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 18, n. 3, Set-Dez 2002.
SPIELREIN, S. (1912). A destruição como origem do devir. In: CROMBERG, R. (Org.). Sabina Spielrein: uma pioneira da psicanálise – obras completas vol. 1. Tradução de Renata Dias Mundt. São Paulo: Livros da Matriz, 2014.
______. (1913). A sogra. In: CROMBERG, R. (Org.), Sabina Spielrein: uma pioneira da psicanálise – obras completas vol. 1. Tradução de Renata Dias Mundt. São Paulo: Livros da Matriz, 2014.
Copyright (c) 2021 Cadernos de Psicanálise | CPRJ
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.