Afinando a escuta sobre o “Inconsciente Social dos Brasileiros”
exotismo e miscigenação
Resumo
Este artigo introduz o estudo do conceito de inconsciente social desde suas raízes nas décadas de 1920 e 1930 na Alemanha até seus desenvolvimentos contemporâneos. Partindo da perspectiva freudiana de que a psicologia individual é ao mesmo tempo psicologia social e da epistemologia grupanalítica, o trabalho explora dimensões intrassubjetivas, intersubjetivas e transsubjetivas dos processos inconscientes. A pesquisa sobre o inconsciente social vem sendo realizada em diferentes países e neste artigo - através do uso do conceito de “dispositivo de poder” de inspiração foucaultiana e da noção Foulkesiana de matriz – reflete sobre aspectos socialmente inconscientes coconstruídos pelos brasileiros.
Referências
ABRAHAM, N.; TOROK, M. A casca e o núcleo. São Paulo: Martin Fontes, 1994.
ALMEIDA, M. A. Memórias de um sargento de milícias. São Paulo: Ateliê Editorial, 2016.
ALTHUSSER, L. For Marx. London: New Left, 1969.
ANDRADE, O. (1928). Manifesto antropófago (manifesto antropofágico). Disponível em: <https://digital.bbm.usp.br/bitstream/bbm/7064/1/45000033273.pdf>. Acesso em: 2 ago. 2022.
BUARQUE DE HOLANDA, S. (1936). As raízes do Brasil. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2006.
_____. (1945). Visão do paraíso. São Paulo: Editora Brasiliense, 2000. BARTHES, R. Mitologias. Rio de Janeiro: Difel, 2003.
BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2007. CANDIDO, A. Formação da literatura brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981.
CASTORIADIS, C. A instituição imaginária da sociedade. São Paulo: Paz e Terra, 1982.
DALAL, F. Taking the group seriously: Towards a post-foulkesian group analytic theory. London: Jessica Kingsley Publishers, 1998.
_____. The social unconscious and ideology: in clinical theory and practice. In: HOPPER, E.; WEINBERG, H. (Eds.). The social unconscious in persons, groups, and societies, v. 1, Mainly Theory. London: Karnac, 2011. p. 243-263.
DA MATTA, R. (1984). O que faz o Brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1984.
_____. Carnavais, malandros e heróis. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. (1980). Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, v. 2. São Paulo: Editora 34, 2011.
ELIAS, N. (1939). O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.
_____. (1970). Introdução à sociologia. Lisboa: Edições 70, 2005.
ELLENBERGER, H. The Discovery of the Unconscious. New York: Basic Books, 1970.
FAIMBERG, H. The telescoping of generation. Listening to narcissistic links between generations. London: Routledge, 2005.
FENICHEL, O. (1945). Teoria psicanalítica das neuroses. Rio de Janeiro: Atheneu, 2006.
FERNANDES, F. (1972). O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Global, 2007.
FIGUEIREDO, L. C. Prefácio. In: PENNA, C. Inconsciente social. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2014. p. 15-22.
FREUD, S. (1913). Totem e tabu. Rio de Janeiro: Imago, 1974. p. 17-197. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud 13).
_____. (1919). O estranho. Rio de Janeiro: Imago, 1974, p. 275-314. (ESB, 17).
_____. (1921). Psicologia de grupo e análise do ego. Rio de Janeiro: Imago, 1976. p. 91-183. (ESB, 18).
_____. (1923). O ego e o id. Rio de Janeiro: Imago, 1976. p. 23-90. (ESB, 19).
_____. (1927). O futuro de uma ilusão. Rio de Janeiro: Imago, 1976. p. 15-79. (ESB, 21).
_____. (1930). O mal-estar na civilização. Rio de Janeiro: Imago, 1974. p. 81-177. (ESB, 21).
_____. (1933[1932]). A dissecção da personalidade psíquica. Novas conferências introdutórias sobre Psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 1976. p. 16. (ESB, 22).
_____. (1937). Construções em análise. Rio de Janeiro: Imago, 1976. p. 291- 308. (ESB, 23).
_____. (1939). Moisés e o monoteísmo. Rio de Janeiro: Imago, 1976. p. 6-167. (ESB, 23).
FOUCAULT, M. (1969). Arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.
_____. (1976). Soberania e disciplina. In: Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2014. p. 278-295.
FOULKES, E. (Ed.). S. H. Foulkes: selected papers: psychoanalysis and group analysis. London: Karnac, 1990.
FOULKES, S. H. (1948). Introduction to group-analytic psychotherapy. London: Karnac, 1983.
_____. (1964). Therapeutic group analysis. London: Karnac, 1992.
_____. (1975). Group analytic psychotherapy: methods, principles. London: Karnac, 2002.
FUKUYAMA, F. Identity: the demand for dignity and the politics of resentment. New York: Farrar, Straus, and Giroux, 2018
FREYRE, G. (1936). Casa grande e Senzala. São Paulo: José Olimpio, 2007.
FROMM, E. (1932). Psychoanalytic characterology and its relevance for social psychology. In: The Crisis of Psychoanalysis. Greenwich: Fawcett, 1971, p. 164–187.
_____. (1962). The social unconscious. In: Beyond the chains of illusion: My encounter with Marx and Freud. London: Bloomsbury Academic, 2017.
HEGEL, F. (1806). Fenomenologia do espírito. Rio de Janeiro: Vozes, 2008. HOPPER, E. The social unconscious: selected papers. London: Jessica Kingsley, 2003.
_____. “Notes” on the concept of the social unconscious in group analysis. Group, 42 (2), p. 99–118, 2018.
HOPPER, E.; WEINBERG, H. Introduction. In: HOPPER, E.; WEINBERG, H. (Eds.). The social unconscious in persons, groups, and societies, v. 1. Mainly Theory. London: Karnac, 2011. p. XXII–LV.
_____. The social unconscious in persons, groups, and societies, v. 2. Mainly Foundation Matrices. London: Karnac, 2016.
_____. Introduction. In: HOPPER, E.; WEINBERG, H. (Eds.). The social unconscious in persons, groups, and societies, v. 3. The Foundation Matrix Extended and Reconfigured. London: Karnac, 2017. p. XV–XXXV.
_____. The social unconscious in persons, groups, and societies. v. 4. Clinical Implications. London: Karnac, 2022.
HORKHEIMER, M. (1936). Authority and the family. In: . Critical Theory: Selected Essays. New York: Continuum, 2002. p. 47–128. LACAN, J. Escritos. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
MBEMBE, A. Necropolítica. São Paulo: N-1 Edições, 2018.
NITZGEN, D.; HOPPER, E. The concepts of the social unconscious and of the matrix in the work of S. H. Foulkes. In: HOPPER, E.; H. WEINBERG, H. (Eds.). The social unconscious in persons, groups, and societies, v. 3. The Foundation Matrix Extended and Re-configured. London: Karnac, 2017. p. 3-25.
PENNA, C.; GARCIA, C. A. Reflexões em torno do conceito de inconsciente social.
Revista Subjetividades, Fortaleza, 15(1), p. 46-56, 2015.
PENNA, C. Inconsciente social. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2014.
_____. Reflections upon Brazilian social unconscious. In: HOPPER, E.; WEINBERG, H. (Eds.). The social unconscious in persons, groups, and societies, v. 2. Mainly Foundation Matrices. London: Karnac, 2016. p. 139–158.
_____. Racismo, mestiçagem e o inconsciente social dos brasileiros. In: ARREGUY, M.; COELHO, M.; CABRAL, S. (Eds.). Racismo, capitalismo e subjetividade. Niterói: EDUF, 2018.
_____. The crowd: reflections from psychoanalysis and group analysis. London: Routledge, 2022a.
_____. Transference, countertransference and the social unconscious: clinical figurations in tripartite matrices – Latin American Contribution. In: HOPPER, E.; WEINBERG, H. (Eds.). The social unconscious in persons, groups and societies, v. 4. Clinical Implications. London: Routledge, 2002b. p. 15-35.
PICHON-RIVIÈRE, E. (1971). O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes, 1980.
RAMOS, A. (1934). O negro brasileiro – Ethnografia religiosa e psychanalise. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1988.
ROUANET, S. P. Teoria crítica e psicanálise. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1986.
SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
_____. Sergio Buarque de Holanda e essa tal de “cordialidade”. IDE, Psicanálise e Cultura, São Paulo, 31(46), p. 83-89, 2008.
SOUZA, O. Fantasias de Brasil: as identificações na busca da identidade nacional. São Paulo: Escuta, 1994.
TADEI, E. A mestiçagem enquanto um dispositivo de poder e a constituição de nossa identidade nacional. Psicologia Ciência e Profissão, Brasília, 22(4), p. 2-13, 2002.
WEBER, M. A objetividade do conhecimento nas ciências sociais. In: COHN, G. (Org.). Weber- Sociologia. São Paulo: Ática, 1999. p. 79-127. (Coleção Grandes Cientistas Sociais, v. 13).
Copyright (c) 2022 Cadernos de Psicanálise | CPRJ
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.