1964 Risos espontâneos como expressão do contato emotivo

  • Comissão Editorial
  • Anna Kattrin Kemper Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro - CPRJ, Rio de Janeiro, RJ
Palavras-chave: Sessão de Grupo, Inibições da vida emocional, Homossexualidade, Sonhos, Riso e seus significados dinâmicos

Resumo

O presente trabalho se refere a uma sessão de grupo na qual são tratados os temas da homossexualidade e sua relação com os limites e inibições da vida emocional. Os sonhos apresentados por vários componentes do grupo evidenciam, ao mesmo tempo, quer o problema da homossexualidade, quer seu caráter defensivo contra reações emocionais delicadas, sensíveis e temidas, também presentes nos sonhos. Um dos elementos do grupo, que trouxera material onírico extremamente expressivo de ambos os problemas em foco – por um lado o tema da homossexualidade e, por outro, a sobrevivência interna de sua vida emocional rica e diferenciada – entra em perplexidade e tenta defender-se pela afirmação de sua capacidade genital. Esta defesa, entretanto, feita de modo ingênuo e um tanto quixotesco, é desmascarada pelo grupo através de um riso geral e contaminante, que acaba por arrastar o próprio membro que se defendia. O riso, no presente caso, teve múltiplos significados dinâmicos e se, por um lado significou um afrouxamento da ansiedade que os temas em análise provocam, por outro representou uma fidelidade do grupo aos “insights” conseguidos e uma forma de confraternização produtiva. Através do riso o grupo manteve-se fiel ao tema em foco, facilitando sua gradual integração sem a necessidade de compactas reações defensivas.

Publicado
01-08-2025
Como Citar
EDITORIAL, C.; KEMPER, A. 1964 Risos espontâneos como expressão do contato emotivo. Cadernos de Psicanálise | CPRJ, v. 47, n. 53, p. 179-186, 1 ago. 2025.