Destrutividade, teoria e clínica

  • Ana Lila Lejarraga Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Palavras-chave: Destrutividade, Agressividade, Uso de objeto, Sobrevivência do analista

Resumo

A proposta deste trabalho é abordar a concepção de Winnicott sobre destrutividade, tanto na teoria quanto na clínica, que se entrecruza de diferentes formas com a questão mais ampla da agressividade; a inovadora noção de destrutividade tem em Winnicott valor positivo, por um lado, porque está na base da capacidade de concernimento e, por outro, porque leva ao reconhecimento do objeto como alteridade, e assim, trabalhamos no texto a dinâmica de destruição e sobrevivência do objeto, fundamental para desenvolver a capacidade de usar objetos, ou seja, de reconhecer o objeto como outro diferente, de modo que a categoria de sobrevivência adquire todo seu valor em termos clínicos, já que a sobrevivência do analista se torna uma atitude básica no manejo do setting.

Biografia do Autor

Ana Lila Lejarraga, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Psicanalista, membro efetivo/Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro (CPRJ), mestrado Teoria Psicanalítica/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutorado Saúde Coletiva/Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IMS-UERJ), pós-doutorado Psicologia Clínica/Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), profa. associada Instituto de Psicologia/ Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Referências

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Publicado
30-10-2025
Como Citar
LEJARRAGA, A. Destrutividade, teoria e clínica. Cadernos de Psicanálise | CPRJ, v. 47, n. 54, p. 87-97, 30 out. 2025.