1973 Quanto à agressão:
seus aspectos onto e filogenéticos, suas manifestações no processo psicanalítico
Resumo
A autora e seus colaboradores colocam a agressividade como uma necessidade psicofísica autônoma, que leva o ser à busca do outro, a serviço da sobrevivência. No seu estado de extrema dependência, a criança se contacta com o primeiro objeto, com a pele e com a boca, através de movimentos e fantasias, podendo, desde as primeiras experiências, vivenciar a agressividade no sentido de um “ad-gredi” curioso e carinhoso com o qual intenta a grande aventura do viver, como, também, se dar conta de sua possibilidade destrutiva. Em perspectiva de Humanidade, a conquista da Lua e a destruição atômica são exemplos desses dois aspectos do fenômeno agressividade. São referidos alguns dados sobre comportamento agressivo nas sociedades humanas primitivas, em algumas espécies animais e em alguns grupos indígenas. Finalmente, são citados três exemplos de manifestações agressivas em relação a processos psicanalíticos. Na primeira situação, a agressividade explodiu antes do tratamento que se iniciou em plena fase de autodestruição. O encontro do objeto bom possibilitou a salvação. No segundo episódio, a agressividade se manifestou durante o processo psicanalítico, em relação à mãe, vivenciada como objeto mau. Essa mudança da paciente trouxe, como decorrência, alteração para melhor no comportamento da mãe e uma convivência em outros termos. Na terceira situação a agressividade se manifestou durante a análise, contra a terapeuta e foi trabalhada produtivamente no nível transferencial.
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